O Governo angolano aprovou a privatização e venda de 100 por cento do capital da empresa pública de produção de café Liangol à Angonabeiro, unidade do grupo português Nabeiro que actua em Angola há 14 anos.
A decisão consta de um decreto executivo conjunto dos ministros da Economia, Abrahão Gourgel, e da Indústria, Bernarda da Silva, de 13 de Novembro.
Aquele grupo português já tinha sido convidado pelo Executivo angolano a colaborar na reactivação da antiga fábrica de café Liangol, em Luanda, uma unidade produtiva agora com a marca Ginga. Esta será retirada à estatal Empresa de Liofilização e Moagem de Café (Limoca), conforme estabelece o mesmo decreto, e vendida à Angonabeiro.
Angola já foi o quarto maior produtor mundial de café, com 200 mil toneladas anuais, antes de 1975. Essa produção está hoje reduzida a menos de 10%, fruto do abandono do cultivo durante a guerra civil angolana.
O Executivo angolano justifica a privatização desta fábrica com um programa económico nacional para “valorizar as unidades industriais com elevado potencial de crescimento e geradoras de divisas”.
A actual fábrica Liangol foi inaugurada a 25 de Maio de 2001 e assegura a torrefacção de café, com a recuperação da marca angolana Ginga.
O mesmo decreto executivo recorda que a Angonabeiro “pretende expandir a produção e comercialização, no mercado nacional e internacional, do café de marca Ginga, com a injecção de capitais adicionais, tecnologia e ‘know-how’ na cadeia produtiva e nos canais de distribuição”. Reconhece ainda o “impacto” que o processo de privatização da Liangol terá na economia nacional, “particularmente ao nível das contas nacionais e sobre o mercado de trabalho do país”.
O Executivo angolano aprova desta forma a privatização daquela fábrica, a 100%, “por ajuste directo a favor da Angonabeiro – Comércio e Indústria de Café”, refere o decreto executivo.
O preço da venda, adianta, será determinado com base numa avaliação patrimonial actualizada, a realizar.
A Angonabeiro é uma empresa do grupo Nabeiro, fundado em 1961 pelo comendador Rui Nabeiro, com sede em Campo Maior. Desde 2000 que a Angonabeiro actua no mercado angolano, na área do comércio e da indústria, através das marcas de café Ginga e Delta, entre outros produtos.
Fonte: OJE/Lusa