O mentor da empresa Mussim d´Mandod disse sentir-se como o elo que une as pessoas neste período de isolamento social, através das entregas que tem feito, em São Vicente, e em outras ilhas do País.
Nuno Almeida é o dono e o único funcionário da empresa que faz entregas ao domicílio, com o auxílio de uma motocicleta e cujo nome foi inspirado no antigo conceito de moço de mandados, que antes era muito usado.
Já opera há mais de dois anos em São Vicente, e, segundo a mesma fonte assegurou à Inforpress, ganhando clientes a cada dia.
A actual pandemia e o estado de emergência obrigou a alguma paralisação, embora sempre mantendo alguns serviços, principalmente com a terceira idade e entrega de cestas básicas, mas, agora, di-lo Nuno Almeida, regressou a todo gás com entregas habituais e com muitas solicitações de emigrantes e pessoas de outras ilhas, que pedem entregas de vários tipos, inclusive de cestas de frutas, flores e outros.
“São os momentos do Mussim d´Mandod que considero fantástico, porque unimos as pessoas às suas famílias, e quase que nos sentimos um pouco parte dessa família”, sublinhou este empresário, adiantando “adorar” fazer essa ligação e até compartilhar dos risos, dos choros e todas as emoções das pessoas que recebem os “mimos”.
“É muito bom, porque conseguimos ligar pessoas que estão longe, e que normalmente comunicam através das redes sociais, mas somos nós que fazemos a parte física que faz a entrega da encomenda, somos parte dessa encomenda”, considerou.
Instado a lembrar episódios marcantes por que passou, Nuno Almeida lembrou de alguns recentes, como a de uma senhora no estrangeiro, que pedira para comprar uma televisão, para que a sobrinha pudesse assistir as aulas à distância, ou ainda uma senhora que pediu para entregar uma cesta de frutas a sua avô que a criou.
Momentos iguais a outros mais, que estão sendo vividos há mais de dois anos e que derivam, conforme a mesma fonte, de um trabalho feito para cativar as pessoas, ganhar a sua confiança e normalmente recompensado, não de forma monetária, mas sim com a satisfação de fazer um “bom trabalho”.
“Por isso, que digo, todas as vezes, que Mussim d´Mandod é de nós todos, se as pessoas não se lembrarem de mim não consigo trabalhar”, sublinhou Nuno Almeida, que concentra os seus serviços em São Vicente, mas faz entregas para Santo Antão, São Nicolau e Boa Vista.
Até porque o Mussim d´Mandod ainda só tem um único funcionário apenas Nuno Almeida, que trabalha com o seu “fiel escudeiro”, o seu motociclo, e que está disponível desde das 5:30 da madrugada até às 23:00.
“Andar numa moto e ter a cidade do Mindelo como teu escritório é realmente um dos melhores trabalhos do mundo, mas há todo um investimento por detrás, de muita confiança, criado dia-a-dia com o cliente”, asseverou.
Nuno Almeida referiu ainda que o que faz só tem publicidade boca-a-boca, o que pode ser um canhão de duas bocas.
“Temos que ter um certo dom para fazer esse trabalho, já que trabalhar com o público não é algo tão fácil e, sendo assim, temos que deixar a nossa arrogância em casa, e levar somente a humildade, simpatia e a empatia connosco”, disse, acrescentando procurar responder as solicitações na hora.
Embora este momento de covid-19 seja um pouco difícil para fazer planos, Nuno Almeida quer criar alguns serviços após a abertura do turismo e ainda continuar o investimento na vertente social da empresa, ajudar instituições de apoio à terceira idade e de crianças com necessidade especiais.
Fonte: Inforpress