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Privados instalam hotel flutuante na ilha cabo-verdiana de São Vicente

Privados instalam hotel flutuante na ilha cabo-verdiana de São Vicente

Investidores privados pretendem instalar na Baía das Gatas, ilha cabo-verdiana de São Vicente, um hotel flutuante com 16 quartos e quatro suítes, de acordo com o projeto Baía Beach Club, em consulta pública.

No Estudo de Impacte Ambiental, a que a agência Lusa teve acesso, os promotores assumem o objetivo de “criar uma oferta turística diferenciada”, aproveitando a “crescente procura de turistas” por São Vicente.
O projeto Baía Beach Club prevê a construção de um empreendimento ocupando uma área de 752 metros quadrados (m2) na praia e mais de 3.335 m2 sobre o mar, naquela conhecida baía de São Vicente.
Além dos 'bungalows', que podem alojar até seis pessoas cada, a área flutuante do hotel envolve espaços de estar e de convívio para os hóspedes e um restaurante para 64 pessoas.
A ligação entre as diferentes zonas “será feita por passadiços flutuantes” e “guardas de madeira para proteção de eventuais quedas ao mar”, refere o projeto.
Devido à falta de abastecimento de água da rede pública na zona da Baía das Gatas, os promotores prevêem a instalação de uma central dessalinizadora, com capacidade de produção e abastecimento das necessidades totais do hotel, equivalente a 20 metros cúbicos por dia.
No Estudo de Impacte Ambiental são admitidos alguns impactos, nomeadamente na fase de construção do empreendimento, mas que podem ser “minimizados”.
“O estudo apresenta um conjunto de medidas claras e inequívocas, que permitem a mitigação desses mesmos impactes, bem como os eventualmente criados pela sua implementação”, lê-se ainda.
Não são adiantados valores de investimento previsto ou estimativas para a criação de postos de trabalho neste projeto.
O Estado cabo-verdiano fechou com promotores privados quase 970 milhões de euros de investimento em hotelaria e turismo, prevendo a criação de mais de 8.000 postos de trabalho, desde o início da pandemia de covid-19, incluindo dois mega empreendimentos, dois hotéis de cinco estrelas da cadeia Marriot, um da rede Radisson e 21 investimentos com estatuto de utilidade turística, de acordo com dados oficiais compilados pela Lusa.
O presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, Gualberto do Rosário, garantiu em março, em entrevista à Lusa, que os empresários não deixaram de investir, apesar do forte impacto da pandemia, esperando um crescimento ainda mais pujante no setor a curto prazo.
“Uma vez resolvida a questão da pandemia, admito que o setor retome a normalidade, eventualmente até com outra pujança, esperemos, como vinha crescendo. Os empresários de uma forma geral, tanto os nacionais como os investidores externos, percebem que é assim e estão a preparar-se para a retoma”, afirmou o responsável, embora admitindo que a maioria dos hotéis em Cabo Verde permanece encerrada, devido aos impactos da covid-19.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, mas o setor está praticamente parado desde final de março de 2020, devido às restrições às viagens, impostas para conter a transmissão de covid-19, após o recorde histórico de 819 mil turistas em 2019.
Em 2020, o setor perdeu mais de 600 mil turistas, uma quebra superior a 70% face ao ano anterior.
Fonte: Lusa

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