A ilha cabo-verdiana do Sal vai ver reforçada a aposta no turismo radical e depois da abertura do projecto Zipline, permitindo descer a Serra Negra a alta velocidade, avança a segunda fase, num parque de 23,9 hectares.
O projecto da empresa Extreme Fly CV arrancou em 2020, em plena pandemia, com a finalização da primeira fase do empreendimento Zipline, num investimento de 600 mil euros que prevê criar 35 postos de trabalhos, disponibilizando um zipline ou tirolesa, que consiste numa descida através de um cabo de aço, ao longo de 800 metros, até à praia.
A empresa pretende agora avançar com a segunda fase do empreendimento, conforme consta do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), já em consulta pública, ao qual a Lusa teve hoje acesso, visando “complementar o que já existe” com mais 12 circuitos turísticos e radicais que descreve como “inovadores”.
“Contribuindo para novas aventuras turísticas com a implementação de novas actividades que enquadram perfeitamente em áreas com grandes potenciais turístico, áreas protegidas e não só. As novas actividades a serem implementadas já existem em vários países no mundo, que faz deste turismo o seu ponto forte para preservação de ecossistemas e geração de rendas e cada vez com mais adeptos a nível mundial e que finalmente chegou ao nosso país por iniciativa privada”, lê-se no EIA.
Cabo Verde recebeu em 2019 um recorde de 819 mil turistas, mais de 40% com destino à ilha do Sal. Contudo, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a procura turística por Cabo Verde recuou mais de 70% em 2020, sendo este um sector que garante cerca de 25% do Produto Interno Bruto do país.
Em agosto de 2020, durante a abertura da primeira fase do empreendimento, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, destacou a necessidade de “optimismo e confiança” para retoma e relançamento da economia cabo-verdiana.
“Auguramos que seja em breve e que possa concretizar a sua ambição, com impacto na economia local e na criação de mais empregos”, afirmou o primeiro-ministro cabo-verdiano, sobre o empreendimento e o avanço para a segunda fase.
Esta segunda fase do projecto ocupará uma área de 23,9 hectares na zona de Serra Negra e vai contar com uma “fiunda humana”, um percurso de aventura no mar, através de uma passadeira, um escorrega sem água, um balanço humano e um local de visita a tartarugas, entre outros.
Uma das novidades, em todo o arquipélago, será a “fiunda humano” (Bungee Slingshot), uma catapulta humana que permite o lançamento horizontal do praticante, atingindo, pela propulsão da força de um elástico, velocidades de 100 quilómetros por hora em menos de um segundo.
“Será localizado no morro vermelho da Serra Negra, local hoje muito degradado devido à intensa actividade das motos-quatro. O aceso será em veículo eléctrico, até ao sopé do monte e depois a subida será a pé até ao cume de 70 metros”, afirma a empresa, no EIA.
Outra das novidades propostas pelo Zipline na segunda fase é o percurso aventura, que consiste numa atracção estática para turistas e crianças, que vão poder caminhar suspensos acima da água, através de uma estrutura criada para sustentar uma passarela.
“Toda a estrutura é 100% removível, usando cabos de aço e madeira natural. A passarela vai passar sobre o mar a uma altura de cerca de um metro, 1,5 metros e, portanto, não haverá contacto com a água”, lê-se no EIA.
Já o percurso aventura no mar será igualmente o primeiro do género em Cabo Verde, a instalar nas proximidades de Costa Fragata, na Serra Negra, sendo uma passadeira sob a água que “constituirá um trunfo de capital importância à afirmação do complexo de animação e entretenimento”.
O parque, nesta segunda fase, prevê igualmente um “slide sem água”, que parte de uma altura de 30 metros, usando pequenos tapetes de plástico projectados para o efeito, ou uma ponte tibetana com um comprimento aproximado de 150 metros a uma altura de 70 metros, junto ao cimo da Serra Negra.
Fonte: Lusa