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Greve de funcionários afeta produção de passaportes na Guiné-Bissau

Greve de funcionários afeta produção de passaportes na Guiné-Bissau

Uma greve de 15 dias decretada pelos funcionários da empresa gráfica pública da Guiné-Bissau (INACEP) está a afetar a produção dos passaportes, admitiu o presidente do sindicato de base da empresa, Walter Mendonça.

Segundo o dirigente sindical, a greve, iniciada na quarta-feira, 14, é para exigir o pagamento de sete meses de salários em atraso e a melhoria da gestão da empresa que, disse, passará pela demissão do diretor-geral, Bamba Banjai.
"Exigimos a demissão do diretor-geral, que não está a cumprir com as expectativas dos funcionários. Não tem projetos, não tem ideias para melhorar as condições da empresa", observou Walter Mendonça.
O sindicalista defendeu que com Bamba Banjai na direção, a INACEP "tem vindo a perder clientes, até os tradicionais como as organizações internacionais" que, disse, deixaram de solicitar serviços daquela empresa pública.
É na INACEP que são produzidos todos os documentos oficiais na Guiné-Bissau, nomeadamente o Boletim Oficial, o equivalente ao Diário da República, editais públicos, diplomas, certificados, cadernetas de faturas, selos, passaportes, entre outros documentos.
O presidente do sindicato dos trabalhadores afirmou que 99% dos colaboradores da empresa aderiram à greve e que só os elementos da direção é que estão a trabalhar, ainda que com as portas fechadas, notou.
"Muitos dos nossos tradicionais clientes já não nos procuram, tínhamos muita credibilidade no mercado", sublinhou Walter Mendonça, que fala na "quebra injustificada de receitas", por exemplo, na produção dos passaportes.
Em condições normais, frisou Mendonça, a INACEP recolhe mensalmente cinco milhões de francos CFA (cerca de 7,5 mil euros), sem contar com outras fontes de receitas, notou o dirigente sindical.
"Um dia destes, o diretor geral disse-me que houve um dia em que a empresa faturou apenas três mil francos CFA, quando todos sabemos que não existe nenhum serviço que é cobrado nesse valor", declarou Walter Mendonça.
O responsável disse estar aberto e pronto para sentar-se à mesa com a tutela, a secretaria de Estado da Comunicação Social, mas que até hoje não foi chamado por ninguém.
A Lusa tentou obter uma reação do diretor-geral da INACEP, mas sem sucesso até ao momento.
Fontes: Lusa

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