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Remessas enviadas pelos emigrantes para Cabo Verde aumentaram quase 8%

Remessas enviadas pelos emigrantes para Cabo Verde aumentaram quase 8%

As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago dispararam quase 8% no primeiro trimestre deste ano, para mais de 5.431 milhões de escudos (49 milhões de euros), segundo dados do banco central.

De acordo com dados compilados pela Lusa a partir de um relatório deste mês do Banco de Cabo Verde, o resultado do primeiro trimestre foi impulsionado pelas remessas enviadas no mês de março, de quase 2.138 milhões de escudos (19,3 milhões de euros) num único mês.
No primeiro trimestre de 2020, ainda antes dos efeitos económicos provocados pelo confinamento internacional generalizado, devido à pandemia de covid-19, os emigrantes cabo-verdianos já tinham aumentado as remessas enviadas para o arquipélago para 5.042 milhões de escudos (45,5 milhões de euros), que por sua vez cresceram 7,7%, em termos homólogos nos primeiros três meses deste ano.
Entre o total de remessas em divisas enviadas de janeiro a março de 2021 lideraram as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos em Portugal, que totalizaram mais de 694 milhões de escudos (6,2 milhões de euros).
De acordo com uma constatação anterior da agência Lusa, as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos em Portugal caíram quase 14% em 2020, sendo ultrapassadas pelas provenientes de França e dos Estados Unidos da América.
Segundo dados provisórios anteriormente divulgados pelo banco central, as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago aumentaram globalmente 4,5% de 2019 para 2020, para 20.789 milhões de escudos (187 milhões de euros), passando a ser lideradas pelas provenientes dos Estados Unidos, que dispararam 33%, para mais de 5.982 milhões de escudos (53,8 milhões de euros).
As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos em França aumentaram para quase 4.983 milhões de escudos (44,8 milhões de euros) em 2020, enquanto as remessas provenientes de Portugal, que habitualmente lideravam na contabilidade anual, caíram 13,8%, para cerca de 4.895 milhões de escudos (44 milhões de euros), face aos 5.679 milhões de escudos (51 milhões de euros) em 2019.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu em dezembro passado, no parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.
“As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia”, afirmou.
O governante explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a 2019.
“E neste período de pandemia, ao contrário do que estava estimado, tem havido uma evolução positiva, um crescimento de 20% de junho de 2019 a junho de 2020”, destacou, em dezembro, Ulisses Correia e Silva, reforçando a importância destas remessas por continuarem a aumentar, globalmente, apesar das dificuldades económicas que os emigrantes cabo-verdianos também enfrentam nos países onde trabalham, devido à pandemia de covid-19.
A população de Cabo Verde está estimada em 550 mil habitantes, mas mais de um milhão de cabo-verdianos vivem na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.
Fonte: Lusa

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