O Procurador Geral da República (PGR) de Angola, Hélder Pitta Grós, admitiu, nesta terça-feira, que o major Pedro Lussaty, detido com elevadas somas de dinheiro pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), não agiu sozinho e promete revelar, nos próximos dias, outros nomes envolvidos no escândalo financeiro.
Segundo o magistrado, que falava à imprensa à margem de um encontro sobre o fenómeno da vandalização dos bens públicos, ainda é prematuro falar do tempo de desfecho deste caso, podendo as investigações serem retardadas pelo facto de existirem bens fora do país.
Pitta Grós revelou que Angola já solicitou a cooperação internacional, no sentido de ajudar na localização e apreensão de bens desviados para o exterior e que estão sendo investigados pelas autoridades angolanas no que é chamada "Operação Caranguejo". "Há bens que estão aqui em Angola e outros no exterior do país. Já accionamos a cooperação internacional para ajudar-nos na identificação e localização desses bens, a fim de serem apreendidos", sublinhou.
No âmbito dessa operação, já foram apreendidos milhões de dólares, de kwanzas, milhares de euros, imóveis, viaturas e outros bens.
Até ao momento, encontra-se detido apenas o major das Forças Armadas Angolanas (FAA), Pedro Lussati, antigo financeiro da banda de música da Casa de Segurança do Presidente da República.
De igual modo, foram exonerados vários oficiais generais, com cargos de alta responsabilidade na Casa de Segurança do Presidente da República.
Por outro lado, disse que a PGR não emitiu, até ao momento, qualquer interdição de saída aos oficiais supostamente implicados na “Operação Caranguejo”. Sublinhou, no entanto, que, enquanto militares, os mesmos não podem deixar Angola sem autorização.
Fontes: Angop e Jornal de Angola